Por estar ausente fora do País, não me possível estar presente nesta Encontro de homenagem ao nosso Colega Vladimir Goncharov, que tão cedo e tão inesperadamente nos deixou, mas queria associar-me a esta iniciativa, pela qual felicito vivamente o Departamento de Matemática e o CIMA. É uma excelente ocasião para celebrar as qualidades humanas e a vida do nosso Colega e o contributo notável que ele trouxe à Matemática e à Universidade de Évora, em termos de ensino, de investigação e da aplicação dessa investigação ao serviço da sociedade. Muito lhe devemos e, não fora a sua prematura partida, muito mais lhe ficaríamos ainda a dever, mas hoje não é o dia para lamentar mas para celebrar a sua vida e obra.

A nossa interação enquanto colegas foi bastante limitada, até porque as nossas áreas de trabalho pouco se intersetavam, pelo que outros mais conhecedores da sua personalidade e do seu trabalho melhor poderão falar sobre esses aspetos. Mas queria deixar registado o quanto o admirava como pessoa e como académico. Apreciava o seu trato calmo e acolhedor, sempre um verdadeiro cavalheiro, e o caráter generoso. Do ponto de vista científico, recordo uma ou outra comunicação oral dele ou de seus colaboradores em reuniões científicas. Mas recordo particularmente os seminários que proferiu na Universidade, onde a organização e a clareza da exposição e a extraordinária capacidade de recorrer à intuição sem sacrificar o rigor, permitiam a quem assistia compreender matérias complexas mesmo em áreas que não lhe eram familiares. Pude apreciar que o trabalho científico que desenvolveu é bastante relevante para o desenvolvimento de algumas áreas da Matemática e suas aplicações. No âmbito destas aplicações, achei particularmente interessantes e úteis as que ele e seus colaboradores desenvolveram na área da Medicina, sendo notável a forma como aliaram a teoria à prática.

São todos bons motivos para me associar à celebração da vida de Vladimir Goncharov, que continuará connosco, na memória que dele guardamos como pessoa estimável, nas gerações de estudantes que formou, na obra científica que nos deixou, nos frutos que ela permitirá às atuais e futuras gerações de investigadores.

 

                                                                                Carlos Braumann